A Internacionalização da escola através dos Projetos Erasmus+

A Internacionalização da escola através dos Projetos Erasmus+.

Por: Dr.ª Ana Paula Alves

 

 

Nos últimos anos, a globalização tem vindo a transformar o campo da educação contribuindo para uma reflexão constante por parte dos diferentes atores envolvidos nas comunidades educativas.

 

Num mundo cada vez mais interconectado, capaz de se relacionar com diferentes sistemas educativos em simultâneo, através da internet e das redes sociais, a internacionalização das escolas começou a ser vista como uma necessidade para preparar os alunos para os desafios do futuro.

 

Nesse contexto, os projetos Erasmus + desempenham um papel crucial, oferecendo oportunidades únicas de intercâmbio cultural, acadêmico, profissional, formal e não formal.

 

Os projetos Erasmus, iniciados pela União Europeia em 1987, têm como objetivo promover a mobilidade de estudantes, professores e pessoal administrativo entre instituições de diferentes níveis ensino, de diferentes países, com o objetivo de permitir práticas inovadoras e experiências de colaboração além-fronteiras e contribuir para a aprendizagem ao longo da vida. Esta iniciativa não só enriquece a formação acadêmica e pessoal dos participantes, mas também promove a compreensão intercultural e o desenvolvimento de competências essenciais para o século XXI.

 

Benefícios para os estudantes

A participação em programas Erasmus+ proporciona, aos estudantes, uma experiência diversificada e enriquecedora, permitindo apreender a dimensão europeia do ensino pelo contacto com os seus pares. Segundo Bracht et al. (2006), os alunos que participam nos intercâmbios internacionais desenvolvem habilidades linguísticas e culturais que são altamente valorizadas no mercado de trabalho global. Além disso, estes estudantes demonstram uma maior adaptabilidade e capacidade de trabalhar em ambientes multiculturais (Teichler, 2004).

 

Benefícios para Professores e Instituições

Os projetos Erasmus+ também trazem benefícios significativos para os professores e para as instituições envolvidas. Para os docentes, a oportunidade de realizar uma missão de ensino numa instituição estrangeira permite a troca de boas práticas e a colaboração em pesquisas internacionais (Teichler, 2017).

 

Para as escolas, a participação nos projetos Erasmus fortalece as redes internacionais, facilita a inovação pedagógica, melhora a qualidade do ensino e permite uma atitude mais inclusiva e respeitadora da diversidade (Wächter, 2003).

 

Impacto na Comunidade Escolar

A internacionalização, através das dinâmicas estabelecidas com os projetos Erasmus+, tem um impacto positivo na comunidade escolar como um todo. Ao receber estudantes e professores de diferentes países, as escolas promovem um ambiente de diversidade e inclusão, essencial para a formação de cidadãos globais (De Wit, 2002). Além disso, a internacionalização fomenta uma cultura de cooperação e solidariedade, fundamental para enfrentar os desafios globais contemporâneos.

 

De forma resumida, a internacionalização das escolas, através dos projetos Erasmus+, é uma estratégia fundamental para melhorar a qualidade da educação e preparar os alunos para um mundo cada vez mais global.

 

Ao promover a cooperação internacional, os projetos Erasmus contribuem para a construção de uma sociedade mais aberta, inclusiva, interconectada e inovadora abrindo possibilidades para um futuro centrado na colaboração e cooperação.

 

Referências Bibliográficas

Bracht, O., Engel, C., Janson, K., Over, A., Schomburg, H., & Teichler, U. (2006). The Professional Value of Erasmus Mobility: Final Report. International Centre for Higher Education Research, University of Kassel.

De Wit, H. (2002). Internationalization of Higher Education in the United States of America and Europe: A Historical, Comparative, and Conceptual Analysis. Greenwood Press.

Teichler, U. (2004). The Changing Debate on Internationalisation of Higher Education. Higher Education, 48(1), 5-26.

Teichler, U. (2017). Internationalisation Trends in Higher Education and the Changing Role of International Student Mobility. Journal of International Mobility, 1(1), 177-216.

Wächter, B. (2003). An Introduction: Internationalisation at Home in Context. Journal of Studies in International Education, 7(1), 5-11.

 

 

Ana Paula Alves