Acerca das declarações de Centeno

Artigo de opinião

O ministro das Finanças avisa que “não é possível pôr em causa a sustentabilidade de algo que afecta todos, só por causa de um assunto específico”: a recuperação do tempo de serviço dos professores.

Mário Centeno: "Não podemos de todo, e não o faremos, pôr em risco o que foi conseguido" MIGUEL MANSO
https://www.publico.pt/2018/07/23/economia/entrevista/o-oe-e-para-todos-os-portugueses-e-tem-de-ser-sustentavel-1838738
 
Não é, de forma alguma, a recuperação do tempo de serviço dos professores que põe em risco o que foi conseguido, mas o desgoverno do dinheiro público.
 
As inúmeras entidades e fundações públicas e financiadas pelo Estado, muitas sem benefícios para os cidadãos, continuam a ser um veículo de fuga aos impostos, ótimas para arranjar “tachos” para os amigos e sugadouros do Orçamento do Estado. O património de várias fundações é elevado, mas não devolvem à sociedade o que dela receberam.
 
É inconcebível que se coloque problema na recuperação do tempo de serviço dos professores, ao mesmo tempo que se continua a assistir a devaneios das empresas públicas, como o caso da Parvalorem que atribuiu a um grupo de altos quadros da empresa, ex-responsáveis do antigo BPN, 23 “viaturas familiares” topo de gama, a quem paga ainda o combustível até 300 euros por mês, bem como seguros e parques de estacionamento e, ainda, manter práticas salariais em linha com as que estavam em vigor no BPN, antes da nacionalização. Isto é só um exemplo de onde o Estado perde muitos milhões de euros.
 
Haja moralidade! Façam limpeza nos gastos, controlem os organismos e empresas públicas, limitem os desperdícios, combatam a corrupção e a fuga aos impostos.
 
Almerinda Oliveira