ACERCA DO RELATÓRIO DO FMI
Ainda querem despedir mais professores?
O Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) contestou hoje o relatório dos técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Portugal, alegando que a redução de docentes é incompatível com a melhoria da educação.
"A recomendação da rápida diminuição de professores, a contenção de progressões, entre outros cortes envolvendo custos com funcionários, em nada contribui para melhorar o sistema de ensino", afirma o SIPE em comunicado.
O SIPE considera "completamente injustificáveis" as considerações do FMI sobre o ensino em Portugal: "Este cenário já o país conhece, daquilo a que assistimos nos últimos anos".
A estrutura sindical sublinhou que as alterações introduzidas ao longo dos últimos anos, como a criação de grandes agrupamentos escolares, o aumento do número de alunos por turma e a redução de disciplinas ligadas às artes, deixaram milhares de professores desempregados.
"O relatório assinado pelo chefe da missão do FMI em Portugal, Subir Lall, refere haver uma necessidade de adequar a dimensão dos serviços educativos, tanto a nível da rede escolar como do número de professores, alinhando o nível do pessoal com a diminuição da população em idade escolar", frisa o SIPE, contestando que a eficiência defendida pelos técnicos do Fundo Monetário Internacional se faça à custa de mais cortes no setor.