SIPE acusa primeiro-ministro de intransigência e eleitoralismo

Face às declarações de hoje do Senhor Primeiro-Ministro, na sequência da decisão da Comissão de Educação e Ciência de ontem, 2 de maio, para que fosse considerada a recuperação integral do tempo de serviço congelado aos professores, o SIPE – Sindicato Independente de Professores e Educadores comunica o seguinte:

 

Lê as notícias:

 

Jornal Negócios

 

"O Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) acusou esta sexta-feira o primeiro-ministro de "intransigência e falta de clareza" e de ter demonstrado uma "estratégia eleitoralista" com a ameaça de demissão."

 

Sábado

 

"O SIPE diz que "o Governo está, mais uma vez, a impor a sua decisão a todos os portugueses, usando a sua retórica para denegrir a imagem dos professores"."

 

Jornal Público

 

"“Caso haja lugar à votação da negociação da contagem integral do tempo de serviço congelado aos professores, considerando uma salvaguarda financeira como defendem CDS e PSD, e caso ainda assim o PS vote contra, teremos a confirmação de que tudo não passou de uma encenação e que, de facto, nunca houve intenção de negociar de forma séria com os professores”, acrescenta."

 

Rádio Renascença

 

"Já o Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) reagiu em comunicado às declarações de Rui Rio e Assunção Cristas, este domingo. O SIPE não compreende “a falta de confiança do CDS e PSD, que se deixaram intimidar por um discurso de duvidosa credibilidade e grande intransigência, que pretende responsabilizar a oposição por algo que, após esta votação, ficou claro que será da responsabilidade do Governo”.

 

 

O SIPE recorda que o Ministério da Educação assinou um acordo com os sindicatos, segundo o qual seria recuperado todo o tempo de serviço congelado aos professores. Ficou previsto nos OE de Estado de 2018 e de 2019 a recuperação desse tempo, tendo o próprio ministério publicado um decreto-lei no qual, a partir de 1/1/2019, os professores iriam recuperar dois anos, quatro meses e dois dias, com os respetivos custos associados.

 

Na reunião de ontem, a Assembleia da República deixou para sede de negociação os restantes seis anos e meio, cujo impacto financeiro pode ser diluído, quer através do tempo, quer através de outras formas, nomeadamente através da aposentação.

 

A postura que o Senhor Primeiro Ministro demonstra hoje é a mesma que tem demonstrado em todo o processo: intransigência e falta de clareza. Intransigência porque nunca quis negociar as formas de recuperação do tempo de serviço congelado, não analisou nem comentou as propostas que lhe foram feitas pelos sindicatos, e impôs uma decisão sua. Falta de clareza porque ainda hoje defendeu valores que não se sabe de onde vêm, como foram calculados ou a que critérios obedeceram.

 

O Governo está, mais uma vez, a impor a sua decisão a todos os portugueses, usando a sua retórica para denegrir a imagem dos professores e dos trabalhadores portugueses, que apenas pretendem ver ressarcido o trabalho efetivamente prestado, respeitando, como sempre se disponibilizou a fazer ao manter aberta a via negocial, a legalidade e a igualdade para todos. Os professores são uma classe respeitadora e dão o seu contributo à sociedade e à economia, como é sua obrigação, não querem ter um tratamento diferente ou de favor dos restantes trabalhadores do Estado; pelo contrário, os professores defendem que a justiça seja reposta para todos os trabalhadores que se encontram em iguais circunstâncias.

 

O Governo demonstrou hoje uma estratégia eleitoralista que quer criar uma cortina de fumo sobre todas as outras decisões que tem tomado e imposto aos portugueses, nomeadamente no que respeita ao financiamento da banca, para a qual, ao contrário dos trabalhadores, parece haver sempre orçamento.

 

SIPE, Sempre na defesa Independente de Professores e Educadores