SIPE há muito que tinha alertado o Governo para encerrar as escolas

O SIPE – Sindicato Independente dos Professores e Educadores - congratula-se com a decisão do Governo de encerrar as escolas durante 15 dias, medida já admitida pelo Presidente da República e pela Ministra da Saúde e anunciada em toda a Imprensa –, acedendo aos sucessivos apelos que o Sindicato tem vindo a fazer desde dia 11 de janeiro, momento em que foram conhecidas as medidas do atual confinamento. Enquanto sindicato independente não hesitou em defender o encerramento das escolas desde o primeiro minuto, alertando para os efeitos adversos que o País e os portugueses iriam sofrer caso as escolas se mantivessem abertas.

 

Um confinamento geral sem o encerramento das escolas seria inadmissível no atual panorama pandémico que estamos todos a atravessar, em que diariamente há mais de 10 mil novos casos, e ontem batemos um novo recorde com 14.647, números que fazem de Portugal o país com maior número de infetados por milhão de habitantes. O Governo é culpado deste agravamento do número de infetados e de mortes por COVID-19, e deveria ter agido mais cedo, em vez de esperar pelos alertas sucessivos dos parceiros sociais, dos especialistas e da sociedade civil geral. Portanto, o SIPE entende que a medida peca por tardia, e defende ainda que o Governo, designadamente o Ministério da Educação, deveria ter tomado medidas a fim de prolongar o período de férias depois da quadra festiva, adiando o início do segundo período deste ano letivo.

 

O SIPE lamenta os elevados custos económicos para o País e o impacto social que o período de confinamento em que as escolas se mantiveram abertas trouxe aos portugueses. A opção de manter as escolas abertas comprometeu a eficácia deste confinamento, que é caraterizado por ter todas as desvantagens económicas e sociais já conhecidas do confinamento geral de março e abril de 2020, e nenhuma vantagem. O SIPE recorda o que defendeu anteriormente, de que o Governo, ao manter as escolas abertas, negligenciou focos de contágio e ignorou a existência de surtos de Covid-19 nestas instituições. Pois, segundo os especialistas, durante este período, o grupo de cidadãos dos 13 aos 17 anos, correspondente às idades dos alunos entre o terceiro ciclo do ensino básico e o ensino secundário, é aquele em que a incidência de casos de COVID-19 mais tem aumentado mais nas duas últimas semanas, com cerca 1150 novos casos por cada 100 mil habitantes.