Na sequência das suas declarações, nas quais parece pretender descredibilizar e achincalhar os professores e educadores deste país apenas porque exercem um direito fundamental — o direito à greve — importa repor a verdade.
As greves são convocadas pelos sindicatos, podem ocorrer em qualquer dia da semana e implicam sempre o correspondente desconto salarial. Não há privilégios, não há benefícios ocultos — há apenas um direito constitucional usado para defender condições de trabalho dignas e uma escola pública de qualidade.
É igualmente do conhecimento público que muitos docentes trabalham a dezenas ou centenas de quilómetros da sua residência. Muitos passam a semana inteira longe das suas famílias. Assim, quando uma greve é marcada para uma segunda ou para uma sexta-feira, isso permite que estes profissionais possam estar mais um dia junto dos seus. Se a greve ocorresse a meio da semana, isso seria logisticamente impossível e economicamente incomportável para grande parte destes docentes.
Mas desta vez cumpre também esclarecer que o Dr. Miguel Sousa Tavares está mal informado:
Nenhum sindicato convocou greve para os professores para esta sexta-feira, dia 12.
A greve convocada foi para quinta-feira, dia 11. Assim, qualquer afirmação que sugira que os professores “escolhem sempre as sextas-feiras” não corresponde à verdade.
O Dr. Miguel Sousa Tavares, ao emitir juízos sobre realidades que desconhece, ignora por completo o sacrifício diário de milhares de educadores e professores que mantêm viva a escola pública. Talvez por nunca ter precisado de recorrer a uma greve para ver os seus direitos profissionais reconhecidos, não compreenda aquilo que para nós é evidente: a greve não é um capricho — é um instrumento de justiça.
Os professores e educadores deste país merecem respeito.
Merecem verdade.
E merecem que se fale deles com conhecimento e responsabilidade.
Rosa Maria Sá (SIPE - Sindicato Independente de Professores e Educadores)
Reação do SIPE, às declarações de Miguel Sousa Tavares emitidas na TVI/ CNN Portugal no dia 12/12/2025
Não podemos parar.
A Luta Continua. Todos Unidos conseguimos.